Setembro 2017-2 | Revista O Meu Bebé

Setembro 2017-2

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  DESENVOLVIMENTO  

Música para bebés

Transmite emoções, favorece a criatividade, relaxa o bebé… Vamos conhecer os benefícios que a música oferece aos mais pequenos.

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Desde os primeiros instantes de vida, o bebé reage à música e emociona-se tal como um adulto. Esta é a conclusão de uma investigação feita em Itália, parcialmente financiada pela União Europeia e publicada na revista científica norte-americana PNAS.
• Depois de analisar as ativações cerebrais de recém-nascidos saudáveis ao longo dos três primeiros dias de vida, através de ressonâncias magnéticas funcionais, descobriu-se que a sua reação é muito parecida com a dos adultos. Por outras palavras, existe uma predisposição neurológica específica para a perceção da música.

PORQUE É QUE TEM UM EFEITO POSITIVO NA MENTE
Ouvir música precocemente favorece a potencialidade cognitiva dos mais pequenos, no que respeita ao desenvolvimento quer da musicalidade, quer da criatividade.

• Hoje em dia, sabemos que, com o estímulo da leitura precoce por parte de um adulto, se ativam na criança as áreas do cérebro implicadas na aprendizagem da leitura e da linguagem, localizadas, principalmente, no hemisfério esquerdo; pelo contrário, com a música ativa-se o hemisfério direito, que está mais relacionado com os aspetos emocionais.
• Os estudos sobre a audição musical confirmam que, no primeiro ano de vida, o bebé analisa os estímulos sonoros e sente-se atraído pelas modulações das estruturas harmónicas e rítmicas, predispondo-se a apreendê-las. O mesmo sucede com a linguagem.
• Em geral, os especialistas concordam em assinalar que os estímulos musicais são uma espécie de alimento para o cérebro, e que a sensibilidade que se desenvolve na criança em relação à música pode ter efeitos positivos na concentração, na atenção e na memória.
• Do mesmo modo, verifica-se que as crianças que estão rodeadas precocemente por um ambiente musicalmente rico e estimulante emitem o chamado “gugu-dadá musical”, uma espécie de “vocalizações melódicas”, antes das outras crianças e começam a cantar, entoando a partir dos dois ou três anos, muito antes que a média das restantes, que se situa entre os seis, sete anos.
• Hoje em dia, estas vantagens são utilizadas como terapia para tratar dificuldades de vários tipos, relacionadas com os aspetos motor e comunicativo. O ambiente sonoro e musical constitui uma parte significativa do desenvolvimento e do equilíbrio do indivíduo. Mediante a aplicação de diferentes técnicas, a musicoterapia procura estimular a pessoa através do enriquecimento do ambiente sonoro que a rodeia.

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PORQUE É QUE É POSITIVA PARA AS SUAS EMOÇÕES
Os efeitos imediatos e mais significativos da audição musical prendem-se com a relação com o bebé.

• Quando a mamã canta para o seu filho, entra em sintonia com as suas necessidades. Acima de tudo, a música é boa porque reforça as relações afetivas, transporta as emoções e representa uma espécie de abraço não corporal que ajuda os pais a lidar melhor com os seus filhos.
• As terapias musicais são concebidas, principalmente, para as famílias: a música ajuda a responder melhor às necessidades das crianças. Além disso, a música faz-nos sentir bem porque reduz os níveis de stress (o cortisol, a hormona do stress, diminui no sangue quando ouvimos uma peça de música que nos agrada) e estimula a produção de endorfinas (as substâncias do bem-estar).

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CONSELHOS PARA OS PAIS
• Deve dar à criança liberdade para improvisar: ela pode descobrir novas sonoridades, experimentar e criar, inclusive com todas as coisas que estão ao seu alcance. É necessário dar-lhe liberdade, mesmo que faça um pouco de barulho, além de lhe dar atenção e aplaudir as suas descobertas.

• Brincar cantando: com os mais pequeninos, é preciso repetir a mesma canção muitas vezes. De vez em quando, pode experimentar mudar de melodia ou de ritmo. Pelo contrário, com os mais velhinhos, deve ampliar o repertório de canções, combinando-as com gestos e jogos de movimento.
• Escuta partilhada: as músicas infantis, as canções de embalar e as obras musicais, devem estar em sintonia com a criança, estimulando a sua participação, seja cantando, batendo palmas ou tocando algum instrumento. É igualmente positivo que se adapte à sua atitude natural para reagir à melodia com o movimento do corpo. pouco importa o género musical. Se o hábito for criado na infância, a criança vai receber um presente que a acompanhará para toda a vida.

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  AMAMENTAÇÃO  

O peito: não é só leite

É a melhor prenda que pode oferecer ao seu filho nas suas primeiras horas de vida. O seu leite é um concentrado de substâncias preciosas que o ajudam a crescer. Mas a amamentação também traz benefícios para a saúde da mamã.

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UMA FONTE DE BEM-ESTAR PARA SI E PARA O BEBÉ
O leite materno é o melhor alimento para o seu bebé, já que contém todos os nutrientes de que ele precisa para crescer e se desenvolver. Mas, além de ser o alimento perfeito, é também um concentrado de vantagens para si e para o seu filho.
• Por exemplo, graças ao seu conteúdo em casomorfinas, o leite materno tem uma ação tranquilizante e analgésica para o bebé: quando digerido, liberta substâncias com um efeito sedativo, parecido com o da morfina, o que garante um sono mais regular para o bebé e mais descanso para si.
As casomorfinas também regulam a relação da criança com a comida: tornam reconhecíveis os estímulos da fome e da saciedade. Quando mama, o bebé habitua-se a alimentar-se de modo correto e equilibrado.

UM ESCUDO DE DEFESA INSUBSTITUÍVEL
O seu leite é também a melhor barreira contra germes e vírus: sempre que amamenta está a passar ao seu filho os anticorpos que o protegem das doenças. Deste modo, também lhe está a proporcionar outros fatores anti-infecciosos, como a lactoferrina e a lisozima: a primeira protege os intestinos e a segunda, as mucosas dos olhos, do nariz e da boca, por exemplo.
Ao mesmo tempo, o seu leite ensina o organismo do pequeno a defender-se das substâncias de risco de forma autónoma: contém células imunitárias (linfócitos T) e alguns fatores (interleucinas e interferonas) que permitem reconhecer os vírus e as bactérias.
Para além disso, ao dar o peito está a proteger o seu filho das alergias, porque o leite materno é específico para os filhotes e não desencadeia intolerâncias. É igualmente a melhor prevenção da síndrome da morte súbita e o melhor alimento para assegurar um funcionamento perfeito do intestino do bebé.

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PRÁTICO, ECONÓMICO E SAUDÁVEL
O leite materno também tem muitos benefícios do ponto de vista prático: pode dar o peito ao seu filho em praticamente todo o lado, sem ter de o aquecer nem pagar.
Por outro lado, a amamentação apresenta imensas vantagens do ponto de vista emocional: atenua a separação causada pelo parto, faz com que se sintonize mais cedo com o seu filho e favorece a proximidade e a afetividade entre ambos. Cada toma aumenta o conhecimento recíproco e reforça a relação entre a mamã e o bebé.
Além disso, de acordo com as estatísticas, a amamentação reduz em cerca de 22% o risco de contrair tumores no peito, e em 26% o cancro dos ovários.
• E ainda há mais: se dá de mamar, recupera o seu peso normal mais rapidamente e assegura uma espécie de “apólice” para a sua saúde óssea, já que a amamentação a protege de uma eventual osteoporose mais tarde. Dar o peito torna o esqueleto mais resistente e reduz os riscos de desmineralização, relacionados com a brusca perda de estrogénios, causada pela menopausa.

AS GORDURAS POLINSATURADAS DE CADEIA LONGA
São indispensáveis para a síntese dos fosfolípideos do cérebro e da retina e, graças à sua presença no leite materno, completam o desenvolvimento do sistema nervoso do bebé. As hormonas tirotrópicas, substâncias que também se encontram no leite materno e que nenhum leite de fórmula consegue reproduzir, também contribuem para que estas gorduras alcancem o seu objetivo.

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  GRAVIDEZ  

Informações sobre sexo

Esperar um bebé não implica abdicar das relações sexuais. Pelo contrário, pode transformar-se na ocasião ideal para recuperar a cumplicidade do casal.

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1. Pode-se manter relações sexuais durante os nove meses da gravidez?
Se tudo estiver a correr bem e o casal o desejar, nada impede as relações sexuais até ao fim da gestação. Mais; se a gravidez chegou ao fim e a dilatação tarda, normalmente é aconselhável ter relações sexuais, dado que as prostaglandinas presentes no sémen podem ajudar a provocar as contrações.

2. Pode magoar o bebé?
Este é um dos principais receios do casal, mas que é totalmente injustificado. O bebé está mergulhado no líquido amniótico, bem protegido no interior do útero, pelo que não há o menor risco de o magoar ou apertar. É claro que, com o avanço da gravidez, se torna impossível adotar a posição clássica do “missionário”. No entanto, por vezes, esta ocasião é perfeita para descobrir novas posições e novas maneiras de estar juntos, quem sabe até mais gratificantes para ambos os membros do casal.

3. É verdade que o desejo aumenta?
Durante a gravidez, a produção de estrogénios aumenta. Também se dá uma maior vasoconstrição a nível vaginal, e estes fatores têm uma ação positiva no desejo sexual da futura mamã. Esta situação é vivida com especial intensidade no segundo trimestre, quando o organismo já se habituou às modificações próprias da gestação, a mulher se sente melhor e a barriga ainda não está demasiado grande. Também pode ter um efeito positivo o facto de que, durante esse período, se pode ter relações sexuais à vontade sem a preocupação de engravidar.

4. O que fazer se ele se sentir inibido?
Alguns homens continuam a achar as suas mulheres lindas e fascinantes, mesmo com a barriga. Outros, pelo contrário, apesar de apaixonados pela sua companheira, sentem-se inibidos perante as transformações do seu corpo, sentem preocupação e embaraço, ou então medo de magoar ou incomodar o bebé. Mas o verdadeiro obstáculo está na mente, e relaciona-se com o tabu que associa a maternidade a algo sagrado. O que fazer? Tentar atrair o seu companheiro com doçura, tranquilizando-o e envolvendo-o mais na gravidez. Também é necessário encontrar, a dois, uma nova forma de viver a sexualidade.

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5. Quando é necessária a abstinência?
Quando se apresentarem fatores de risco: por exemplo, se a futura mamã sofre perdas de sangue ou contrações uterinas que possam indicar uma ameaça de aborto na primeira metade da gestação, ou um parto prematuro a partir das 24 semanas. Nestes casos, o médico deverá aconselhar a mulher a permanecer em repouso, não fazer esforços físicos e a interromper as relações sexuais. Tudo isto deve-se a dois motivos: por um lado, o coito provoca uma leve estimulação do colo do útero, que, em caso de ameaça de aborto, é conveniente evitar; por outro lado, o líquido seminal contém prostaglandinas, que favorecem as contrações. Trata-se de uma quantidade mínima, mas é preferível não correr riscos.

6. E no caso de uma amniocentese?
Este tipo de exame, que é bastante invasivo, apresenta o risco, apesar de mínimo, de causar um aborto espontâneo. Por isso, os especialistas recomendam que não haja relações sexuais durante as 48 horas seguintes ao exame. Passado esse tempo, tudo volta à normalidade e o casal pode retomar as relações sem problemas.

7. Quando retomar as relações depois do parto?
Geralmente, as relações sexuais estão desaconselhadas durante os primeiros 40 dias a seguir ao parto. Por vezes são aplicados pontos de sutura, que poderiam tornar a penetração dolorosa. Do mesmo modo, nos dias seguintes ao parto, o coito pode favorecer o desenvolvimento de infeções genitais. No entanto, para além das alterações hormonais características do pós-parto, a nova mamã costuma estar tão absorvida pelo bebé que pode até não se sentir inclinada para contactos mais “próximos”.

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 SAÚDE 

Se tem soluços

É um pequeno problema que apenas deve ser tido em consideração se for persistente. Vejamos o que é possível fazer para evitar os soluços ou fazê-los desaparecer.

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Sucede nos primeiros meses de vida, normalmente, logo após tomar o leite. Ao bolçar, o bebé expulsa uma pequena regurgitação de leite que sai do esófago e irrita ligeiramente a mucosa, o que estimula o nervo frénico (que chega ao diafragma) e desencadeia este reflexo. Portanto, os soluços são uma contração involuntária e repetida do diafragma, o músculo abobadado que separa os órgãos do tórax dos órgãos do abdómen. Posto que a cárdia (a válvula que comunica o esófago e o estômago) ainda não se encontra totalmente formada, pode acontecer que, mesmo passado algum tempo, algum leite reflua e o bebé tenha soluços imediatamente a seguir. Na realidade, os soluços devem-se à falta de maturidade do sistema que fecha o estômago, que há de aperfeiçoar-se nos meses seguintes.

Quando deve procurar o pediatra
Os soluços são um fenómeno frequente nas crianças. Nas primeiras vezes, os pais podem pensar que a criança tem falta de ar, mas este inconveniente resolve-se por si próprio ao fim de poucos minutos e sem consequências para a saúde do bebé. No entanto, se os soluços forem recorrentes e acompanhados de regurgitações, vómitos frequentes, pouco crescimento, interrupção da alimentação por um choro inconsolável, e irritabilidade noturna com despertares frequentes, pode tratar-se de refluxo gastroesofágico e será necessário consultar um especialista.
Além disso, se o fenómeno se mantiver com episódios prolongados depois do ano e meio, deve consultar o pediatra para investigar as possíveis causas do problema. Quando os soluços são frequentes e não existem outros problemas, a administração de um antiácido, que não apresente efeitos secundários, antes das refeições, será suficiente para resolver a situação.

Como evitar
A primeira coisa que deve fazer é evitar que o bebé regurgite imediatamente após beber o leite ou nos intervalos das refeições, o que sucede mais facilmente se o bebé engolir ar, já que, ao arrotar, o bebé também expulsa leite.  
Como tal:
1. Se o bebé mamar leite de fórmula, é importante prestar muita atenção à inclinação do biberão: a tetina deve estar continuamente cheia de leite e permitir um fluxo regular.
2. É importante que o fluxo de leite seja adequado: com o biberão virado para baixo, as gotas caem num ritmo constante.
3. Os furos da tetina não devem ser demasiado pequenos. Se o bebé faz um grande esforço para sugar o leite, também acaba por engolir uma grande quantidade de ar.
4. Deve utilizar sempre um biberão e uma tetina com válvula anti soluços
5. Durante o desmame, certifique-se que a criança mastiga bem e come lentamente, para que engula a menor quantidade possível de ar.

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O que fazer e o que NÃO fazer:
  SIM  

• A melhor maneira para fazer desaparecer os soluços é dando-lhe uma colher de água.
• Outro remédio eficaz é acariciar o nariz do bebé, suavemente, para o fazer espirrar.
O espirro relaxa o diafragma e ajuda a eliminar os soluços.
• Se os soluços aparecerem num intervalo entre refeições, volte a dar-lhe o peito ou o biberão: o ritmo natural com que o bebé engole ajuda-o a regular a respiração, fazendo parar os soluços.

  NÃO
Evitar alguns remédios que ainda se usam habitualmente:

• Oferecer água com gás à criança tende a aumentar soluços.
• Distrair a criança, fazendo-a olhar para alguma coisa que esteja por trás dela, por exemplo, é totalmente inútil.
• Tapar o nariz à criança, para que contenha a respiração, ou, pior ainda, assustá-la, apenas serve para obter um choro desconsolado.

Sabia que…
O remédio clássico de dar ao bebé umas gotas de limão
não é recomendável. A sua acidez é demasiado elevada
para a criança.

OBRIGADO POR LER
O MEU BEBÉ

Irá receber o seguinte número da revista
na próxima semana

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